O Qatar entrou para a história como o primeiro país do Oriente Médio a sediar e financiar a Copa do Mundo mais cara de todos os tempos.
O Qatar é um país minúsculo em extensão territorial, tendo apenas 11 mil km² – o que equivale a metade do território do estado de Sergipe – e 2.931 milhões de habitantes.
Paralelamente, também é um dos países mais ricos do mundo, com um PIB de US$ 150 bilhões – 20 vezes maior que o de Mônaco, outro pequeno país europeu.
Apesar de estar localizado numa região árida, o petróleo permitiu ao Qatar levantar no meio do deserto um oásis de tecnologia e qualidade de vida para uma parcela seleta da população.
Não é à toa que a vigésima primeira edição da Copa do Mundo já é considerada a mais cara de todos os tempos.
Continue a leitura para ficar por dentro de todas as inovações da Copa do Mundo no Qatar.
Qatar investe US$220 para sediar a Copa do Mundo
Desde que o país foi anunciado como anfitrião pela FIFA em 2010, estima-se que o Qatar já tenha investido quase 220 bilhões de dólares em infraestrutura a fim de preparar a pequena nação do Oriente Médio para receber o maior evento esportivo do mundo.
Um valor que chama a atenção por ser até 15 vezes maior do que o que a Rússia desembolsou em 2018.
O mais curioso é que o país não tem tradição futebolística, tanto que a seleção do Qatar vai competir pela primeira vez justamente por sediar o evento.
Fato é que os árabes investiram tão pesado em tecnologia e infraestrutura que ainda que a seleção catariana não vença o mundial, sem dúvidas, eles já deram goleada na categoria encantamento e experiência do cliente.
Bora analisar as curiosidades e inovações da Copa no Qatar?
Maiores inovações na Copa do mundo no Qatar em estrutura e tecnologia
1 Estádio desmontável
O Estádio 974, palco de dois jogos do Brasil, é uma das grandes sensações da Copa do Mundo no Qatar.
Isso porque o estádio, feito com módulos de aço e 974 contêineres reciclados que formam diversos espaços internos, como:
- vestiários;
- banheiros;
- lanchonetes;
- e salas de imprensa;
O mais interessante é que o 974 será completamente desmontado após o fim do torneio.
A razão é que no verão a temperatura no Qatar pode chegar a 50 graus e isso torna completamente inviável a realização de qualquer partida e evento no estádio.
Principalmente porque ele não foi equipado com sistema próprio de refrigeração, como os outros estádios do país.
2 Impedimento semi-automático
Na lista de inovações da Copa do Mundo no Qatar, está a Tecnologia de Impedimento Semi-Automatizado, que veio para tornar o sistema árbitro de vídeo ainda mais rápido e preciso.
E nem a bola escapou, meus queridos.
A bola oficial da Copa no Qatar, possui em seu interior um sensor de movimento.
Atrelado a isso, os oito estádios que recebem os jogos são equipados com 12 câmeras superiores alocadas de forma estratégica para rastrear a bola e os jogadores.
As câmeras são capazes de diferenciar 29 pontos específicos do corpo de cada atleta e identificar a posição deles no campo 500 vezes por segundo.
Dessa forma, o sistema captura o momento exato em que o jogador faz o passe e notifica o árbitro em tempo real, em caso de impedimento.
Outra curiosidade é que a Adidas reformulou o design da bola com a promessa de que ela terá mais velocidade ao cruzar o ar e estabilidade, o que proporciona, consequentemente, maior precisão nos chutes.
3 Bonocle (aparelho para surdos)
Outra novidade fora de campo, mas que agrega muito à experiência do cliente é o Bonocle – um aparelho que converte todo o conteúdo digital sobre a copa em braile.
O aparelho é um super plus no quesito acessibilidade.
Através dele, torcedores com deficiência visual podem desfrutar dos jogos, se locomover pela cidade de Doha com menos restrições e interagir no local de forma mais independente.
4 Automações para locomoção
Os árabes não economizaram em inovações na Copa do Mundo.
Outro recurso interessante são as automações desenvolvidas para ajudar os torcedores a se deslocar pelos locais das partidas.
Na cidade de Lusail, por exemplo, onde acontecerá a grande final, foram instalados centenas de sensores que capturam informações em tempo real sobre o trânsito e horários de transporte, para tornar a movimentação no local mais viável e fluida.
5 Drones
Além disso, houve uma preocupação com a questão da segurança, até porque o Oriente Médio está em guerra há décadas.
O governo do Qatar firmou uma parceria com a empresa Fortem Technologies e acoplou drones ao sistema de segurança dos estádios.
Dessa forma, os drones captam condutas ilegais e possíveis ameaças terroristas e podem sobrevoar o estádio a uma distância de 1,5 km, gerando imagens em tempo real sobre o que está acontecendo nos arredores.
6 Sistemas tecnológicos de resfriamento para estádios
Muita gente estranhou a Copa ser realizada já no final do ano e não no meio, como era tradição.
Acontece que isso foi necessário devido às condições climáticas do Qatar, que pode chegar a temperaturas de 40-50 graus nos meses de junho e julho.
Obviamente isso colocaria em risco não só a saúde dos jogadores, como a dos turistas que vieram de outras partes do mundo e não estão acostumados a temperaturas tão elevadas.
Fato é que mesmo mudando a data do torneio, o governo do Qatar ainda precisou tomar medidas para amenizar o calor durante os jogos.
A solução foi desenvolver sistemas tecnológicos de resfriamento para os estádios que fossem capazes de reduzir a temperatura de 24°C para 18°C.
A ideia veio de um professor sudanês da Faculdade de Engenharia da Universidade do Qatar, que se baseou no sistema de ar-condicionado do seu próprio carro, que mistura isolamento com resfriamento direcionado.
Funciona da seguinte forma:
O sistema puxa o ar quente, resfria, filtra e manda para fora através de grades nas arquibancadas e tubulações no campo.
O sistema tecnológico de resfriamento foi acoplado tanto do Estádio Internacional Khalifa – que já existia e foi reformado – quanto nos outros 6 estádios construídos do zero para a Copa, exceto o 974, que será desmontado ao final do torneio.
A grande vantagem é que eles ainda são 40% mais sustentáveis em relação ao consumo de energia.
7 Infraestrutura
Construir e resfriar 7 estádios não foi o único desafio do Qatar, isso porque os Shakes levaram a questão da experiência do cliente a níveis estratosféricos.
Apesar de muito rico, o Qatar é o menor país do mundo a sediar uma Copa e não tinha infraestrutura suficiente para receber os turistas que visitarão o país ao longo do campeonato.
Para você ter uma ideia, em março deste ano, existiam apenas 30 mil quartos de hotel disponíveis no país, sendo que a maior parte deles foram reservados pela FIFA para acomodar equipe, jogadores e patrocinadores.
Assim, ficou a cargo dos países vizinhos, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Omã acomodar os turistas que viajarão de avião para assistir às partidas.
Por sua vez, o governo do Qatar direcionou seus investimentos para a construção de vias expressas, uma rede de metrô em Doha, um novo porto e na modernização do aeroporto internacional de Hamad.
Mas o auge foi a construção de uma cidade inteira.
A cidade de Lusail, onde acontecerá o último jogo da copa, foi erguida praticamente do zero em menos de uma década, desde que o Qatar foi escolhido como sede da Copa do Mundo em 2010.
A cidade conta com hotéis suntuosos e o shopping à beira-mar Place Vendôme.
Com mais de 600 lojas, praça de alimentação ao ar livre com vista para fontes dançantes e uma ala luxuosa com lojas gigantes da Dior e Louis Vuitton, a arquitetura do shopping remete a Paris e até possui uma entrada para quem chega de barco.
ROI da Copa do Mundo no Qatar
Agora, será que todo esse investimento extravagante terá retorno de fato?
Estima-se que a economia do Qatar seja impactada ao longo da Copa em, pelo menos, 20 bilhões de dólares – o que representa nem 10% do valor investido para sediar o campeonato.
Mas, Os Shakes acreditam que são investimentos que se pagarão no longo prazo, principalmente através do turismo no país nos próximos anos.
Além disso, dinheiro parece não ser o problema, por lá não é?!
E você?
O que está achando da Copa no Qatar? Já tem algum palpite de quem leva o mundial esse ano?
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